segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Arquivando ideologias

*Antes de começar a ler, queria esclarecer que a segeunda parte do post "Até aí tudo bem, né?" será logo após a este, pois acredito que no momento este post é mais oportuno. Aguarde, não fique de cabeça quente ...



Tudo é bem simples, não exige muito mistério para entender o que se passa no Senado Federal Brasileiro. Não é de agora, nem de ontem nem da época de Renan Calheiros e o caso Renangate, que faz alusão ao caso Watergate na época em que Nixon renunciou nos Estados Unidos. Só que no caso Watergate, tivemos uma diferença. Nixon caiu fora e grande parte do seus comparsas caíram foram também.

Certo dia, discutindo com meu pai sobre política, percebi na cara dele a decepção pelo partido que ele defendera toda sua juventude. Ele panfletava nos metrôs e fazia boca de urna nas esquinas de colégios quando mais novo em São Paulo, capital. Era a vontade dos jovens daquela época, tirar o Brasil do vício da ditadura. Meu pai me disse que certa vez conseguiu ir para uma festa em um casarão da família Matarazzo graças a um amigo seu que foi atrás dos convites. Nesta festa ele conheceu duas pessoas que estavam começando a dar seus primeiros passos na política. E quem olhava e quem os ouvia, não tinha outra opinião. “Esses caras vão mudar o país” disse meu pai empolgado sentado no seu sofá e fumando o velho cigarro de sempre. Sabe quem eram os dois caras? Luiz Inácio Lula da Silva e José Dirceu. Ele e mais dois amigos ficaram pasmos com as palavras ditas por estes dois caras. Era impressionante a facilidade deles de persuadir e de fazer acreditar que o Brasil seria mudado. Jovens se enchiam de esperanças na época.

Hoje, meu pai deitado em seu velho sofá, assiste a todas as falcatruas e a falta de poder destes caras. Meu pai hoje está desacreditado, meu pai hoje está desiludido. Hoje ele olha na televisão e vê o Senado ser usado como ringue, onde a oposição ataca Sarney e vice-versa. Onde nas tribunas vê Collor arregalar os olhos e apontar os dedos a Simon e dizer que iria denunciá-lo. Collor hoje, aliado de Lula, Lula com Renan, Renan com Sarney e o país pro beleléu. Hoje, você é aliado de quem você quiser, não importa se você contradizer com as próprias palavras, hoje em dia, não importa muita coisa. Chegamos ao ponto de ver Lula defender Sarney e se isentar dos problemas do Senado. Hoje todas as denúncias estão arquivadas tanto da oposição, quanto do presidente do Senado, José Sarney.

No Brasil, tudo se arquiva. As ideologias surgidas no passado, hoje sofrem a pressão de forças maiores que regem as leis em Brasília. Ou você segue uma regra, ou provavelmente, você é derrubado. E todos são influenciados. Na verdade parece que a maioria dança conforme a música, uns ainda tentam sapatear para direita enquanto uns sapateiam para esquerda – sem forçação de barra de esquerda e direita, só foi um exemplo –, na verdade a corrupção no Brasil segue um ritmo coordenado pelos grandes. Os grandes, aqueles grandes que antigamente se reuniam e discursavam para os jovens, como meu pai naquela época, e os faziam acreditar que hoje seria tudo diferente.



Figueiredo (foto), um dos presidentes na época da ditadura, não conseguiu receber o aperto de mão de uma moçinha. Atualmente, será que essa moçinha apertaria a mão do presidente Lula? Creio que não.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Até aí tudo bem, né? (Capítulo-I)



Parte I – Iniciando o processo de azar

Imagine só, você que está à frente do computador lendo essa merda de blog, que certas coisas só acontecem uma vez ou outra, mas quando decidem acontecer parece que vêm de vez. Não basta você ter azar em algum momento do dia, às vezes é preciso ter azar o dia “inteiro”.

Então foi assim que, na última quarta-feira, dia 12 de setembro, acordei às 6 da manhã e programei meu dia. Sairia do estágio e iria direto a Universidade e comeria em uma padaria próxima ao trabalho algum salgado que pudesse enganar meu seco estômago. A manhã no estágio não teve sintomas de azar, foi somente corrida já que minha chefe no momento estava de férias – e foi até um dos motivos da minha ausência por um tempo no blog – e fiquei encarregado de algumas funções novas. Bom, enfim saí do trabalho direto para padaria, com fones no ouvido e escutando “Beat It” doido para dançar na rua feio louco, a procura de algo que saciasse minha fome. Mas por falta de planejamento e esquecimento em casa, apenas levei 4 reais na carteira, então gastei dois reais em um “rango” na padaria afim de guardar os outros dois para uma eventual vontade de comer na faculdade, que provavelmente aconteceria. Até aí tudo bem, né? Mas, o grande problema foi quando cheguei no ponto de ônibus. Puta que pariu.




Parte II – O começo longe de um fim

Cheguei no ponto de ônibus já procurando a carteirinha de passe do ônibus no menor bolso da mochila. Então foi aí que depois de tirar e retirar tudo do bolso cerca de cinco vezes e perceber realmente que a carteirinha não estava lá. Aí me dei conta de que teria que usar os dois reais que seria utilizado para o eventual rango da tarde, para a passagem de ônibus que me levaria até a universidade. Aí o leitor pode estar pensando, e como esse cara vai voltar pra casa? Até aí tudo bem, né? Pediria dois reais emprestado a algum amigo e voltaria para casa. Tranquilo. Não podia ficar pior. Mas ficou. Sabe, eu acho até que eu procurei o azar neste dia, eu chamei ele pra brincar comigo e ele brincou. Então, lembra dos fones? “Beat It” e tal? Eu os tirei do ouvido (lembre bem disso) e desconectei o fone do celular para poder ligar para casa a procura de uma resposta sobre o paradeiro de meu cartão de passe. Agora, me responde. Pra que eu fui ligar? Ia mudar alguma coisa? O passe não iria até a mim, muito menos minha mãe ou minha irmã iriam à UFS me entregar. Então, concluindo, foi uma ligação sem finalidade alguma.


Entrei no Ônibus naquele momento e pra piorar minha irmã que atendeu minha ligação. Às vezes parece um doce de pessoa, mas às vezes parece um azedume em pessoa. E ela tava nesses dias de limão mesmo. Eu mandei ela dar uma olhada no meu quarto para ver se achava o cartão, ela disse que não ia olhar e desligou o telefone em minha cara. Até aí tudo bem, né? Minha mãe ligou logo depois dizendo que não havia achado o cartão. Ou seja, estava começando a me ferrar cada vez mais. Mais a coisa esquentou realmente quando fui novamente escutar música, dessa vez “Billie Jean” para poder fazer brilhar tudo por perto, já que a escuridão tomara conta cada vez mais de minha azarada pessoa. Infelizmente o que nunca e ninguém iria imaginar aconteceu.

Parte III – A borrachinha de merda

Pronto para colocar o fone no ouvido, a única coisa que eu pensava era como minha irmã às vezes era insuportável. Deu tanta raiva que tive vontade de descer do ônibus e ir até em casa dar um cascudo nela e voltar para minhas aulas na faculdade. Claro que não fiz isso, só imaginei. O que não imaginei era como dois fonezinhos poderiam literalmente me transformar na pessoa mais azarada da minha cidade naquele dia. Pra explicar melhor, meu fone é aquele da Sony Ericsson que possui uma borrachinha na ponta de cada fone para poder colocar dentro do ouvido, abafando o som externo e não causando nenhum desconforto no ouvido. O problema desta merda de fone é que a borrachinha já soltou várias vezes, mas nunca achei que uma coisa dessas podia ficar presa na entrada do meu ouvido. Mas ficou e até aí tudo bem, né? Porque eu sentindo a bendita borrachinha era só puxá-la, pois estava na entrada do ouvido, seria tranquilo. Mas o dia não era pra ser tranquilo. A borrachinha que estava presa no meu ouvido direito era quase imperceptível. Não a senti lá em momento algum durante o tempo que fiquei sem os fones no ônibus. Só que...




Voltando. “Billie Jean is not my lover” e eu pronto pra botar o fone no ouvido. Valeu Michael, uooow! Foi, foi e foi. Coloquei o fone no ouvido direito, olha só, logo o direito. Até aí tudo bem, né? Tudo bem se não tivesse uma borrachinha já no ouvido que após a inserção de um fone no mesmo fez com que esta borracha tivesse sido empurrada até quase meus tímpanos. Na hora, parece que inseriram espuma no meu ouvido. Uma sensação maravilhosa ficar quase surdo e com o ouvido doendo por causa de uma simples borracha. Isso o ônibus se balançando e as pessoas olhando pra mim parecendo que sabiam pela minha cara que eu estava nas piores. Mas, até aí tudo bem, né?

Tudo bem um c... !!

Continua no próximo post ...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Planta

Inocente quem da vida faz ela parada, nem rodopia e nem vai pro lado, fica estático. Enquanto se limitava a queixar-se dos problemas que a vida jogava em cima de ti, outra pessoa pulava na frente e usava das desculpas, as respostas para qualquer coisa. Para demonstrar a rebeldia humana, a intensidade de um ciclo vicioso, acaba encostado numa parede sem rumo. Aí levanta da cama, se espreguiça, vê que é um novo dia e parte pra cima da vida. Mas, novamente prefere se plantar em algum canto por aí e de repente, vê se renasce de novo. Ele renasce, mas volta tudo como era antes e o destino lhe prega a peça de lhe dizer que não é mais você que tem o controle. O sentimento que pairava sobre os ares, parecem lhe atingir feito mísseis pronto para usurparem do seu corpo toda sanidade que o homem necessita de ter.



Aí novamente a planta ressurge como a mais bela das que já tiveram por aqui. Que sensação boa! Veja esta que maravilha. Mas, a planta insiste em ficar naquele mesmo lugar, às vezes até suas folhas balançam fingindo esboçar algum movimento. Movimente-se. Está na hora de queimar todos estes carniceiros que estiverem por aqui. O pulso forte tem que atender o chamado da realeza. Como simplesmente sem agir deixa qualquer inimigo na prontidão, agindo deixa qualquer tipo de alucinação fora de sintonia. Fora de sintonia parece caminhar sua história, amigo.


Enquanto isso a planta, a mais bela planta jamais desbotada, jamais enrugada, deseja espalhar suas sementes pelos cantos e arredores. Deseja parar de ficar parado, deseja ensurdecer os olhos de quem te disse que você não iria brotar e germinar, seria apenas, sempre apenas uma semente. Mas você plantou, germinou e agora espalha suas sementes e determina o que deseja, orientado pelo vento que leva na corrente o passado , como se fossem cinzas, que no mar, viram cinzas. Fim.

"Não pode ver que no meu mundo, um troço qualquer morreu"
(Cazuza)