sábado, 27 de junho de 2009

Voa Beija-flor. Voa Vó.

O tempo que se vê, não é o tempo que se passa. Foi assim que ela fez da vida uma brincadeira, uma diversão, um modo de pedir passagem pra quem amarra um “bico” na cara. Ela despertava no semblante a alegria invejada por muitos, ela acordava sem medo de acordar, ela desrespeitava as próprias rugas no rosto e fugia de qualquer imbecilidade que levasse a tristeza.
O que para muitos é sinônimo de um fim próximo, para ela, era sinônimo de um dia novo, uma risada nova. A felicidade contagiante. Pois era improvável sentar-se ao seu lado e não dar boas gargalhadas. Pois era impossível esquivar-se de um humor fora de sério. Pois era inválido tentar chateá-la, ela iria rir até do seu rosto fechado.


E... Como se fosse um beija-flor que plana vagarosamente entre árvores ela desce a procura do melhor néctar das flores. Lento, como um aceno de mão que simboliza um “adeus”, pousa na tão cobiçada flor. A flor que brincou de fazer da vida a vida, a flor que balança com o vento e despeja polens por onde passa. A flor que desabrocha ainda bela. E que bela! O beija-flor atinge o seu objetivo e se deita perante o Sol e a Lua que transcendem qualquer sentimento de tristeza que tenta se sobrepor.


Ela brincou com a vida, saltitou do peso da morte e debruçou-se em suas crias que juntos pedem espaço para relembrar cada riso proporcionado por ela. A lágrima que hoje cai é de certeza a que mais vale à pena.


Voa beija-flor, voa vó.


E vai, que o céu hoje sorri.



Obrigado por tudo.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Stiles, o açougueiro

Parece um título de filme de terror, mas não é. É na verdade um jogador de futebol. Inglês, pequeno, de seus um e sessenta e pouquinho de altura, careca, banguela, meio cego – usava lentes de contato - mas de uma vitalidade impressionante. E mais do que a vitalidade, Nobby Stiles teria totais condições de atuar em algum filme de terror sendo o vilão, o monstro, ou qualquer um do tipo “assassino macabro”. Perseguia seus adversários como presas e os caçava até que conseguisse levá-los ao chão; haja garra. Então não precisa explicar o por quê do açougueiro, não é?

A quem diga que se não fosse ele, a Inglaterra não teria passado de Portugal nas semifinais da copa de 1966, pelo simples fato de que Stiles anulou Eusébio. Disseram que o Pantera Negra – assim como era chamado o craque português devido sua grande explosão no campo – estava cansado, pois fez grande esforço no jogo das quartas de final. Acho que na verdade ele sentiu a famosa dor de facão. Dor esta que foi aplicada pelo pequenino “açougueiro”, Stiles. O jogo entre Inglaterra e Portugal na Copa ficou conhecido como “Jogo das Lágrimas” devido ao “chororô” de Eusébio após o jogo, ou teria sido a dor das pancadas produzidas por Stiles? Ele realmente era bruto.

Mas ainda não é de total convencimento que Stiles mereça um papel em um filme de terror, não é verdade? Bom, basta perguntar aos seus adversários se ele merecia ou não, principalmente a Onega e Rattín, ambos jogadores da seleção argentina na Copa de 1966. Nas quartas de finais contra os hermanos, Stiles distribuiu joelhadas, tesouras voadoras e um pouco mais, além de estampar em seu rosto um lindo sorriso que apenas - eu disse apenas - tinha a ausência de uns 2 ou 3 dentes na frente, besteira. Ele botava medo, e não só botava, fazia o medo se tornar realidade, ele destruía seus adversários. No caso de Rattín e Onega, que reclamaram com o árbitro para que Stiles fosse expulso, acabou com Rattín expulso e Stiles então abriu seu belo sorriso mais uma vez, para aflição dos argentinos.

Destacando que naquela época o futebol estava ficando cada vez mais violento, mas ainda não existiam os cartões para punição, também não se punia como se puni hoje, e a Inglaterra sediava aquela copa, pouca coisa. Pouca coisa não era a vontade de Stiles em cortar as jogadas e as pernas de seus adversários. Mas, Nobby não vivia só de quebrar canelas, ele tinha um bom passe - principalmente para Bob Charlton -, isso só porque o técnico da seleção inglesa, Alf Ramsey perguntou se Stiles tinha um cão e ele respondeu que sim. Então, Ramsey deu algumas instruções ao pequenino banguela: “Ótimo. Basta lembrar agora dos passeios que você faz com seu cão. Quando você atira uma bola ele vai atrás, pega e a devolve para você. Pois bem, quero que faça a mesma coisa em campo e com Bob Charlton. Agarre a bola e deixe-a aos pés dele”.

Agora imagine. As características físicas de Nobby Stiles, sua vitalidade misturada com facas em formato de pernas, digo, pernas em formato de facas, Nobby Stiles é ou não é um belo personagem para um filme de terror? Veja. Nobby como um Zumbi assassino que corre atrás dos grandes protagonistas, tipo Eusébio, mas que em vez de ser derrotado pelo “bonzinho”, o final provavelmente seria outro. Fecharíamos o filme então, com o belo sorriso de Stiles e com o “chororô” de Eusebiozinho, suplicando pela vida, ou, levando para o lado mais real da coisa, suplicando pela Copa do Mundo.



terça-feira, 16 de junho de 2009

Homenagem ao Mar



Enfim, o mundo pulsou, sente agora o fervor da água borbulhante dilacerada, queimando sobre o sofrimento humano e resgatando a morte de onde ela deveria permanecer. No fundo dos mares, a vida submarina que implora por luz, acha a carcaça de um homem que jamais imaginou que por acaso a vida te passaria a perna, ou a morte, tanto faz. É o fim, pedindo "que se fechem as cortinas".



“Estamos sem luz, nos deixem aqui”. Gritam através das bolhas - insistindo em dar sinais de vida - que submergem na superfície para a vista do homem desvairado que exige uma resposta. Resposta de quê? Da morte mandando lembranças? Ela anuncia mais um corpo. Os “meios” se comprometem a entupir o seu cérebro de carnificina tirada das águas. As lágrimas mais que salgadas enchem mais uma vez o Oceano. E este borbulha de novo, esbraveja e se joga contra os destroços de um “tal” avião. As ondas pedem passagem e o Mar é vitorioso mais uma vez.



"Pois é, Tamadaré
A maré não tá boa
Vai virar a canoa
E este mar não dá pé, Tamandaré"

Chico Buarque

domingo, 14 de junho de 2009

"Direto do lixo"


Finalmente, depois de muito tempo de enrolação, muito tempo de “faço ou não faço”, muito tempo de preguiça mesmo, sejamos sinceros. Enfim, meu blog está em fase de construção, estou em fase de experimentação, não eu, o blog, perdão. Bom, primeiramente tentarei explicar esse nome meio “anti-publicitário” do blog, que sinceramente, não tem muito o quê explicar. Muita coisa dita por aqui serão coisas talvez sem sentido algum, ou coisas que eu simplesmente acho legal e tento relacionar com alguma coisa para poder produzir um texto interessante e principalmente divertido. Mas nem sempre. Depende do ponto de vista de cada um, claro.

Você não vai ver nunca por aqui algo parecido com uma matéria pra jornal ou pra revistinha tipo, tipo... Veja só, revistinha que digo, é o que se diz ser revista. Entende? Acho que para você ler informações atuais e tal, você procura o G1, o site da UOL, esses sites de bacanas. Claro, eu poderei usar um pouco dessas informações atuais para tentar produzir algo diferenciado. Mas nada de seguir as linhas de uma matéria de notícia, nada de defini-la pelo “Lead”, que é primeira parte de uma notícia que nos dá a informação básica para que seja feita uma matéria – copiei do Wikipédia, desculpe. Como eu não preciso de nada disso, não sei por que então eu defini “Lead” e nem sei por que eu escrevi “Lead” por aqui. Bom, esqueça o que foi dito nas últimas quatro linhas.

Ah, esqueci realmente de explicar o título do blog. Sendo franco, não tenho uma resposta para o seu porquê. Na verdade eu nem sei se você tem o seu “porquê”, eu não sei por que eu tive tanta pré-potência para achar que o leitor estava tão curioso, bobagem minha. Pouco me importa o que você vai pensar do lixo, digo do título. Se eu sou um gari que chega em casa, com aquele cheiro agradável, mas não prefere se banhar e vai logo escrever o blog, se eu sou um cara que acho que a maioria das coisas que você lê, 70% se jogaria fora, já que nunca vai ser útil para você, leitor.


Leitor, caro leitor, o que você lê aqui é pura babaquice leitor, mas pode ser interessante leitor, mas se você for uma cara que veio a procura de coisas que vão mudar sua vida leitor, você veio para o lugar errado, leitor. Leitor, eu acho que você já pode sair desse blog. Saia logo leitor! Você está puto com que está lendo leitor, porque neste blog tudo que você leu parece que veio direto do lixo. Leitor.

Um rápido agradecimento especial a Rafael Bittar, que me fez este belíssimo banner para o Blog. Eu dei as idéias e ele conseguiu transcrever de uma forma impressionante. Perfeito. Mais uma vez, obrigado. Te devo uma Ice, Rafa. Haha!