terça-feira, 1 de setembro de 2009

Até aí tudo bem, né? (Capítulo II ou Final)

*Eu admito a enrolação, admito que passou do prazo de ser escrito mas, promessa é dívida. Então para que fique claro este post será exclusivo para o término do texto “Até aí tudo bem, né?”. Então qualquer dúvida sobre este, basta ir com o mouse dois posts abaixo e assim esclarecerá suas dúvidas. Vamos lá.

Parte I – Na merda.

Lá estava eu, com uma borrachina de fone entalada no ouvido direito. Nada bom. It’s not good, man. I’m so fucked right now. Veja só, o que é a nóia em uma pessoa. Com a borrachinha no ouvido e o meu rosto suado e com feições distorcidas de preocupações, parecia que cada pessoa que olhava pra mim sabia que o fone tava dentro de meu ouvido. Ali, no ônibus, eu não via a hora de alguém falar pra mim algo do tipo “ei cara, tem uma porra aí no seu ouvido” ou então somente ri de minha cara, ou melhor, do meu ouvido. Eu estava tenso, contando os minutos para que o ônibus parasse na faculdade. A agonia era grande, eu sabia que mexer era pior, mas mesmo assim era impossível não cutucar, o negócio doía e parecia que realmente tinha alguma coisa no ouvido. Mas, até aí tudo bem, né? Vai ver que com um pouquinho de calma o negócio sai sozinho. Sai nada.

Chegando à faculdade primeira coisa feita foi ir ao banheiro mais próximo, abrir o ouvido e vê se encontrava alguma coisa. Tentei tirar foto, cutuquei com graveto e não sentia a borracha do fone. Aí comecei a pensar. Será que está dentro do meu ouvido mesmo? Vai ver que meu ouvido inflamou. Sei lá. Bom, eu sei que o negócio doía cada vez mais. Parecia que tinha um boxeador acertando meu tímpano com vários jabs de esquerda e direita. Tava complicado, cada vez mais complicado. Os rounds se passavam e nenhuma solução para o problema. Então, liguei pra minha mãe.

Pra quem não se lembra no primeiro post sobre o acontecido, eu disse que havia gastado os dois reais no ônibus e a carteira de passe não estava comigo. Ou seja, como voltar para casa? Liguei pra minha mãe e mandei ela me tirar daquela bad trip. Tava sem meios de locomoção e no momento ninguém com quem eu pudesse chegar e pedir dinheiro emprestado pra voltar de ônibus pra casa, para de lá, ir para um hospital. Até aí tudo bem, né? Minha mãe disse que ia dar um jeito de resolver aquilo. A primeira proposta foi minha irmã me buscar de ônibus na universidade e de lá a gente ir para um hospital, porque no momento mamãe trabalhava e não sabia nem dá metade do meu azar naquele dia.

Parte II – Saindo da universidade
Passei em um trailerzinho na faculdade e encontrei um pessoal conhecido. Informei-os de meu problema e insistiram em dizer que aquilo era normal, ter a sensação de estar com a borrachinha do fone no ouvido, na verdade era só impressão minha. Eu tinha quase 100% de certeza que o negócio tava ali, mas quem vai saber? Me avisaram que na reitoria tinha um lugar em que um médico ficava lá, coçando o saco, a espera de algum acidente. Então me dirigi até lá, mas adivinha? Nada de médico na reitoria. Novidade? Nenhuma. O que é que a faculdade federal do meu estado têm que não seja voltado para direito e para o hospital universitário? Gato e cachorro, só. Aí na hora, fiquei puto mesmo. Só que surgiu uma luz no meio de uma imensa escuridão. Minha mãe ligou dizendo que minha prima estava indo até minha pessoa para levar-me a um hospital.
Alguns minutos depois minha prima chegou. Minha irmã estava com ela e contei às duas o meu problemas que, na verdade e falando sério, é engraçado. Mas ao mesmo tempo, imagine a situação. As duas rindo de mim e eu com a porra do ouvido doendo, parecendo que tava acontecendo uma prévia do sete de setembro lá dentro. Mas, até aí tudo bem, né? Precisa ver quando eu cheguei no hospital.


Parte III – Amanhã será outro dia

Chegamos ao hospital, procuramos o nome do doutor naqueles quadros que sempre existem no térreo e enfim, fomos até o bendito salvador. Entrando no consultório do médico, percebi muita movimentação, muita mesmo. Tentei me acalmar, preenchi uma ficha e a secretária informou que meu nome estava na lista. Até eu saber que eu era o décimo terceiro da fila, tava tudo bem. Olhe que eu assisti Brasil e Estônia – aquele belíssimo jogo de futebol – todo e ainda o começo de um filme infantil de um cavalo que não se deixava ser domado. Então, agora pensa na minha cara nessas 2 horas e meia esperando minha vez? Com o ouvindo pulsando de dor me lembrando às vezes uma bateria de escola de samba pronta pra entrar no sambódromo. Mas, aí entrou uma senhora, era a última pessoa antes de mim. Eu pela primeira vez naquele dia abri um sorriso.

A velha, claro, demorou bem mais do que as outras pessoas, só para confirmar que realmente meu dia não ia ser de sossego mesmo. Enfim, meu nome foi aclamado: “Daniel, pode entrar”. Vibração total, meu ouvido vai voltar ao normal. Entrei na sala do médico. Expliquei para ele minha situação com aquela belíssima cara de bunda feita por todas as pessoas quando passam por situações similares a essa. Porque, sinceramente, isso acontece com criança e não com um jovem. Mas aconteceu e o médico afirmou que aquilo era mais comum do que eu imaginava. O doutor me chamou para sentar em uma cadeira. Botou um aparelho no meu ouvido. Olhou e disse que o negócio tava lá mesmo. Eu fiquei feliz porra – pra você ver como o dia foi tão ruim, que eu fiquei feliz com a confirmação do fone no meu ouvido, olha o nível de felicidade que eu cheguei neste dia – eu sabia que o negócio tava lá e tinha gente que teimava que não.



“Pô meu amigo, você enfiou mesmo esse negócio no ouvido”. Essa frase usada pelo doutor marcou. Claro, agora estava explicado o porquê de tanto cutucar e não sentir direito a borrachinha. Ele disse que o negócio tava lá dentro mesmo. Bom, enfim saiu tudo certo, a borrachinha caiu no meu colo assim que ele a tirou com uma pinça gigante. O dia estava melhorando para mim. Só não foi melhor porque o doutor esqueceu o meu pirulito. Na próxima eu cobro.

Enfim, chegando em casa, eu agradeci minha prima e então fui descansar daquele dia horrível. Mas, lembrei que tinha aula ainda às 19 horas e eu ainda teria que me deslocar novamente para faculdade de ônibus. Para bom entendedor, meia palavra basta. Um dia cheio de azar, tudo errado aconteceu. Pense. Se eu fosse um bom entendedor, iria sacar que ficar em casa seria a solução. Já que em casa, impossível ter tanto azar.A probabilidade de acontecerem “cagadas” em casa, era muito menor do que na rua. Infelizmente, eu não sou um bom entededor por isso me desloquei pra faculdade, onde chovia e eu estava de chinelo. Ao chegar lá acabei percebendo que não haveria aula, e eu não teria mais aula aquele dia. Ou seja, fui para universidade pra nada neste dia. Nem de tarde e nem de noite. Chegando no terminal da faculdade ás 19 horas e 40 minutos, o ônibus só foi me passar 20 horas e 30 minutos. Eu nem me importava mais com aquilo tudo, estava escrito nas estrelas, na cara das pessoas que me encaravam, nos ônibus das cidades, nas borrachinhas de todos os fones da Sony Ericsson, nos doutores e suas filas gigantes de pacientes que aquele não era meu dia, não era mesmo.

Mas, até aí tudo bem, né? Amanhã pode ser você, meu caro!!





hahahahaha!

5 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkk
    mermão ki bad trip foi essa?

    aahh
    "Só não foi melhor porque o doutor esqueceu o meu pirulito."

    pirulito do doutoooor neh safadinho
    kkkkkkkkk

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  2. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    vai ter azar assim longe viu daniel kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    ri demais

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  3. cara... eu digitei no google "borrachinha para sony ericsson" e seu blog apareceu.... vc acredita??? eu simplesmente estava procurando borrachinhas para comprar e me deparo com seu blog... cara, nunca, nunca mesmo, ri tanto com um post como eu ri agora ( eu li os dois posts)... que dia foi esse hein... vou terminar de ler o blog...

    mas nao se preocupa não, isso é norml mesmo. a primeira vez que a minha entrou no meu ouvido bateu um desespero... fiquei com medo que nunca mais saisse e comecei a dar risada sozinha no ponto de onibus... nao se as pessoas ficaram com ou não, mas olhavam com uma cara estranha pra mim rsrsrs...

    ai ai... coisas da vida né?

    abraços.

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