sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Prelúdio para o fim de um "solitário"

Eis que a vida em alguma hora há de fazer de você um subordinado. É quando você percebe que existe um “Eu” que vai se apagando aos poucos como se a esperança que havia, tivesse se esfarelando nas lágrimas de um tempo. O controle que possuías já não existirá quando na mente e no leito do fim, já se vê que talvez seja um pouco tarde. O rumo parece embaraçado pela visão camuflada e vigiada pelos vermes que te sucumbiram este tempo todo. Por mais que aches que está tudo bem, nunca esteve tudo bem, o sentido que escolhestes para a vida não é o sentido que pulsa em teu peito.


Então resmungas que todos te parecem dispensáveis, que não se teve um amigo para sete chaves, que não se fez aquela viagem que tanto imaginou. Que um sonho possível torna-te em si uma saudade do que era sonhado. Aí sentas na mofada poltrona que te faz companhia, um abajur de luz fosca e uma televisão que parece definir o silêncio do lar. Não adianta mudar de canal, estás sozinho.





Escolhas foram feitas, a vida já te traçou e traçaste-a como mera coadjuvante. Não existem soluções que te levem a liberdade da sua solidão. Não existem forças para te levantar, a sua época já se fora, então continuas a carregar nas costas aquela pedra que ninguém te ajudou a levar. Os erros vêm à tona e a tua face parece te derreter, os dedos parecem adormecer e a visão ficaste trêmula. Chamem o doutor, agora! Mas como? Não existe ninguém em casa.




Recomendo que assistam o filme "O Lutador" com Mickey Rourke.

Nenhum comentário:

Postar um comentário